sábado, 21 de julho de 2018

A MANSIDÃO DAS ROLAS



                                                                  Maria Mamede








A mansidão das rolas
pela manhã
invade esta casa
que é meu peito
ond´este corpo meu
outrora leito
inda vive, inda arde
de paixão...
e as aves todas 
sabendo da tristura
de ser esta ave
aprisionada
chegada até mim
pela madrugada
e bebem em meus olhos
a amargura!

(Do livro A invasão dos Pássaros)




                                                 Não sei se os demais poemas do livro tem alguma coisa a ver com invasão. Este termo me atormenta, porque me remete aos Pássaros  de Hitchcock. Assustadores, os pássaros, assustador o filme, que me vi obrigado gostar pela riqueza de emoções que passa, mas vejo que também sou obrigado a gostar da Mansidão das Rolas pela paz que me passa, embora tenham elas bebido a amargura nos olhos de Maria Mamede, porque sei, tiraram-lhe o que de amargura a consumia, deixando-lhe a paz de seus arrulhos.    

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