sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

AMOR Á VIDA





               Valcyr Carrasco se queixa das críticas de Mauricio Stycer em seu blogue. A mim me parece que o Valcyr está sem razão ao afirmar existir razões pessoais.  Um crítico, se é realmente um crítico, não deve ter preocupações em agradar um autor, mesmo que este seja seu amigo. Tampouco tem a obrigação de saber fazer a coisa tão bem quanto o autor da obra criticada. Ele é um critico. Ele tem obrigação de analisar a obra, não de gostar ou desgostar, que é apenas uma conseqüência. No caso de Amor à Vida, o Mauricio achou haver uma certa confusão na construção dos personagens, e é verdade. O certo é que tanto o autor, Carrasco, como o público, confunde realidade com verdade. A novela se pretende real, tudo bem, mas antes de tudo, ela tem dizer uma verdade, e uma verdade não é aquilo que é contrário à mentira, à ficção,  uma verdade é aquilo que é dito de uma maneira que mesmo sendo ficção é  dita com verdade, isto é, dita de maneira que todos vejam como uma verdade.  Assim, a reviravoltas da trama e dos personagens não soam como  verdade, soam falso, isto é, como não verdadeira, como não críveis. Um boi voando pode ser mais verdadeiro do que um boi vivo pastando no pasto. Sei que é difícil escrever qualquer coisa, se não fora assim todos seriam escritores, e mais difícil ainda é escrever sob pressão para agradar o público, os anunciantes, os produtores e o diabo. É  aí que o  autor termina se enrolando. Eu não teria esta facilidade.

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