É realmente assombroso que Machado de Assis, sem frequentar escolas, tenha atingido o nível de erudição e conhecimento a que chegou. E olhe que o Rio de Janeiro, de onde nunca saiu, embora capital do Império, era uma cidade mais que provinciana. Faltava-lhe até uma biblioteca rica em obras, onde pudesse, como fazia Joyce, ler e estudar. Chegamos até a duvidar da necessidade de artista frequentar escolas, a maioria da vezes, simples repetidora de conteúdos sem qualquer possibilidade de aprofundamento de conhecimento e muito menos de permitir vôos criativos. Sei quanto é difícil escrever uma linha, e, falo disto no Noite em Paris, o que ainda me torna mais abismado com a fluidez de Machado de Assis em seus escritos. Acredito eu, seria Machado, um dos grandes escritores do mundo se não fosse brasileiro e escrevesse em português. O Brasil, ainda com o complexo de colônia, não sabe promover seus filhos fora do país, como fazem a França, por exemplo, e ficamos assim na rebarba, quando temos escritores tão bons quanto os têm os europeus. Não é à toa que Machado de Assis, seja, por muitos desavisados, chamado de plagiário, tal a riqueza de seus temas, seus argumentos e suas soluções. Pois um estudo mais aprofundado vai mostrar que o plagiário antecedeu o plagiado.
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