quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

ESCOLAS DE BALLET

     Assisti estes três dias um espetáculo de ballet da Escola de Ballet Rosana Abubakr. Confesso que, a cada dia, fico mais distante destes espetáculos. Não vejo como possa influir no desenvolvimento da arte na Bahia. Todos os anos a mesma coisa, ou quase a mesma coisa, ou seja a repetição de espetáculos anteriores, sem nenhuma inovação. O mais que se pode admitir é que seja uma escola para jovens meninas da classe média manterem sua forma e se vangloriar de que fazem ballet, porque nem para currículo servem estes espetáculos, porque nem o nome das bailarinas-alunas, as verdadeiras donas da festa, constam do programa. Em verdade elas são as verdadeiras produtoras do espetáculo: Pagam caro pela mensalidade do curso, mais R$540,00 para a montagem do espetáculo e ainda são obrigadas a vender 10 ingressos para o primeiro dia de espetáculo. Contando por baixo  e levando em conta o número de alunas, a escola  tem um rendimento de mais ou menos R$300.000,00 por três dias de espetáculo, uma vez que ainda recebe patrocínio do comercio e outras entidades que barateiam os custos da produção.
     Mas tudo isto valeria a pena se víssemos sair da escola uma estrela que fizesse brilhar no mundo o nome do Brasil e da própria escola. Não se tem conhecimento disto.  A escola continua sendo a mesma desde 25 anos e suas alunas podem até brilhar em outras profissões, mas no ballet mesmo, não se vê.
     Não vou negar que alguns quadros estavam bonitos, mas tão só bonitos, porque Rosana sabe usar o espaço, mas é só.
     Além do mais seu espetáculo pode ser visto como um espetáculo feito em qualquer parte do mundo, porque de Brasil ele não tem nada ou quase nada. A coreografia Cortinas do Brasil poderia ser melhor explorada para se introduzir os diversos ritmos brasileiros, mas Rosana não se permitiu isto, preferiu fazer um espetáculo quase a moda Carmen Miranda, sem qualquer inovação.
     É necessário que os pais destas meninas se interroguem sobre o investimento que estão fazendo. Vale a pena?

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