sábado, 22 de setembro de 2012

MADAME POMERRY - HILÁRIO TÁCITO




Escrito em 1919 por José Maria de Toledo Malta (Hilario Tácito) (1885-1951) não há explicação para seu esquecimento, quando outros escritores  que não chegam nem aos pés dele são cantados e louvados  em antologias, crestomacias, ensaios e resenhas diversas. Só se pode entender este ostracismo como um castigo político, porque não há outra explicação. Não fez o autor parte das diversas panelinhas de literatos e artistas que até hoje existem no Brasil, não era homem de andar mamando na tetas dos governantes e por isto foi esquecido.
Mas, Hilário Tácito ou José Maria Toledo Malta, com um só romance - Madame Pommery - merece figurar entre os maiores escritores do país, como Machado de Assis, Osvald de Andrade e outros renovadores da literatura brasileira. Não é ele um precursor da literatura moderna brasileira e sim o verdadeiro introdutor da literatura moderna, antes da Semana de Arte Moderna de 1922, vez que seu livro foi escrito em 1919 e publicado em 1920.
Madame Pommery foge de qualquer cliché e pieguice, parecendo mais uma crônica de costumes que mesmo um romance, mas é romance no verdadeiro sentido da palavra,  com uma linguagem só vista muito tempo depois no Brasil.
É preciso, portanto, que seja resgatado e estudado com mais profundidade para mostrar ao mundo este artista autenticamente brasileiro de erudição impar, linguagem escorreita, estilo vibrante, satírico e irônico  que nos faz passear por São Paulo do fim do século XIX e inicio do seculo XX e ao mesmo tempo nos deliciar com suas finas e irônicas digressões, cortando a história para retomar lá na frente, sem jamais perder o tom irônico.
Os prazeres e encantamento do bordel de  Madame Pommery transportou-se da noite paulistana e chegou até nós neste romance  cuja leitura é tanto prazeirosa e encantadora quanto a noitadas naquele convento com as noviças e alunas de Madame Pommery. 

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