Depois de ler A Explicação dos Pássaros, volto a António Lobo Antunes para recomeçar a leitura deste pungente relato da guerra em Angola. Vejo uma atmosfera pesada, triste e monótona onde o zumbido dos insetos se misturam ao zunido e troar das balas na savana, acompanhados de gritos e urros de dor. O homem negro mata o homem negro porque o homem branco assim o quer. Sua escrita é cortante enquanto suave. A África está lá inteira como um matadouro, um cemitério de negros e brancos condenados a lutar, não se sabe porquê, nem por quem. Do cais de Luanda à savana, à floresta impiedosa. Um só grito, um cheiro só de sangue e pólvora.
domingo, 15 de agosto de 2010
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